sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Opinião - Tirar aos ricos para dar... aos ricos.

8-1

Que conclusões se podem tirar de tão monstruoso resultado? Não há dúvidas que há um novo Benfica, um Benfica mais forte enquanto colectivo e com soluções individuais que finalmente pesam em momentos chaves. São soluções que chegam através de uma política de contratações que parece ter finalmente aberto os olhos para as necessidades do futebol actual, algo que nos encarnados não acontecia há muitos anos. Surpreende o facto de tal acontecer na época que muitos agoiraram ser o momento de ruptura entre Rui Costa e Luís Filipe Vieira, mas a verdade é que, a começar pela equipa técnica, os reforços do Benfica não demoraram a justificar os milhões investidos. Javi Garcia é um 6 poderosíssimo, um destruidor nato que em poucos jogos já deu a perceber que ninguém vai chorar a perda de Katso. Ramires parece ainda não ter demonstrado todo o seu potencial, mas já começa a contribuir nas movimentações ofensivas, mesmo quando aparenta não seguir com total clareza as movimentações de Aimar. Um Aimar que este ano cresceu ao ter rédea livre no meio campo ofensivo (seria assim tão difícil ter percebido isso o ano passado?). Saviola tem um estilo que não só fala por si como tem o condão de transformar o jogo de Cardozo, que saltou do banco (!) definitivamente e encontrou uma posição mais livre na área adversária.

É um novo Benfica e um Benfica mais forte, ao adoptar uma política moderna de gestão de recursos humanos e financeiros. Ao olhar para o Norte e perceber que as vitórias se alcançam com um modelo de gestão que tem de cortar com os modelos do século passado. Este poderá vir a ser o ano de mudança para o clube, mas também pode vir a ser o ano em que o campeonato começa a perder uma competitividade que a muito custo foi ganhando nos últimos anos.

Desde o aparecimento das SAD's, houve um aproximar das margens do fosso que sempre separou as equipas portuguesas. Os vencedores mantiveram-se os mesmos, mas todos os anos assistimos a boas prestações das equipas meio da tabela. Uma delas foi, com alguma consistência, o Vitória de Setúbal. O mesmo Vitória que não se viu na Luz. Carlos Azenha bem se pode queixar da falta de tempo e de plantel, mas duvido que este Setubal consiga encontrar o caminho que já percorreu em épocas transactas. Mas não está sozinho. Equipas como a Académica, o Olhanense, a Naval e, pelo mostrado até agora, até o próprio Guimarães, têm tido muitas dificuldades em demonstrarem qualidade suficiente para competirem numa tabela em que os mais fortes ficaram ainda mais fortes.

Pegando no tópico do mais recente reforço desta redacção, a quem aproveito para dar as boas vindas, o furacão milionário que varreu o futebol europeu, o efeito Florentino Pérez, chegou a Portugal. Benzema comprou Cissokho e Lisandro. As sobras merengues e blau-granas engordaram o plantel benfiquista e até o Sporting se reforçou com os excedentes da liga vizinha, que podem muito bem ainda vir a provar que ainda servem para a nossa. Os valores que muitos se apressam a chamar de rídiculos são simplesmente "dinheiro do futebol", dinheiro que dá a volta ao mundo várias vezes e enche os bolsos de muitos clubes. No nosso caso, infelizmente, e ao contrário dos referidos casos do Aston Villa,do Sunderland e do Génova, é dinheiro que vem dos muito muito muito ricos, para os nossos ricos locais.

4 comentários:

Anónimo disse...

este blog é só sobre futebol?

Rui Silva disse...

É sim, meu caro leitor.

Anónimo disse...

Eu kuando tiver vagar vou ler!

Unknown disse...

Sem qualquer demérito para a exibição do Benfica, é assustadora a performance dos sadinos.
Segundo julgo saber, e vocês melhor do que eu o poderão afirmar, o Setúbal tem feito uma época fraca e com muitos baixos.
A esta falta de capacidade e compatitividade desportiva juntam-se os problemas financeiros do clube. Se é certo que o "vil metal" move o mundo, no mundo do futebol esta "verdade" torna-se "máxima"!
Será assim necessário um "robin dos bosques dos tempos modernos" para que o clube recupere??