terça-feira, 18 de agosto de 2009

Opinião - Quando os Grandes são pequenos.

Mais uma jornada europeia para o Sporting e, resultados à parte, o primeiro sinal de alívio para Paulo Bento que pela primeira vez esta época teve um vislumbre daquilo que a sua equipa é capaz de fazer. Mas neste jogo cabem outras análises que extravasam as movimentações técnicas.

1 - Arbitragem.
Vergonhosa. No seu discurso, atabalhoado, Paulo Bento tem razão ao apontar os diferentes pesos que as nacionalidades podem ter no inclinar do campo. Pesos e medidas que se revelaram bem díspares no desenrolar do encontro. Os lances são gritantes e põe-nos a pensar quais os critérios que levam à nomeação dos árbitros para as competições europeias, bem como que consequências terá uma avaliação negativa num desses encontros. Nestas alturas urge reflectir a questão da arbitragem sem a clubite que normalmente acende esta discussão. O problema não é nacional e não colhe alvos específicos. A pressão sobre os juízes prejudica o espectáculo e esta noite o S.C.P bem se pode queixar de mais do que de falta de sorte. E não só...

2 - Porquê Vukcevic?
A regra não é nova. Toda a gente a conhece. Não houve ninguém no estádio, em casa, no café, que não tenha ficado lívido quando viu Vuk levantar a camisola e tirá-la para festejar com os adeptos. Só podemos imaginar o que terá passado na cabeça de Paulo Bento... Ninguém parece perceber muito bem o alcance da norma. As explicações passam pelo “excesso” nas celebrações, a perda de tempo após um golo, o facto de nalguns países o gesto ser entendido como ofensivo, ou então, para parar uma tendência a que se assistiu há alguns anos de ter uma segunda camisola com mensagens para a mulher, os filhos, ou para o periquito, ou então com publicidade. Mas a verdade é que não é pedido aos jogadores qualquer tipo de interpretação normativa. A regra é simples e é simples de cumprir. Se o Sporting for eliminado da Champions, ninguém se vai esquecer que parte da culpa é da barriga de Vuk. O futebol é um desporto emotivo. É por isso que os estádios se enchem. A cara de Vukcevic quando vê o vermelho sair do bolso de Viktor Kassai diz tudo. Na euforia orgásmica de um golo europeu ele simplesmente esqueceu-se do primeiro amarelo. Não desculpa o peso das consequências de tal gesto, mas leva-nos a questionar a necessidade da regra.

3 - Elã.
Força anímica. Espírito. Motivação. Já ninguém duvida da importância da preparação psicológica dos jogadores. Treinadores como Mourinho e Scolari ficaram famosos entre nós por conseguirem grandes dividendos através da motivação e união das equipas que treinaram. A exibição de Miguel Veloso, coroada por um golo estrondoso, mostra o que a antecipação de uma montra europeia pode fazer pela motivação individual. É uma pena que jogos “normais” não cheguem para jogadores com mais olhos que barriga. O apontamento serve também para Paulo Bento, que tem vindo a demonstrar falta de pulso para controlar o vedetismo no balneário e recordar o caso de Boloni que viu-se e desejou-se para colocar uma rédea curta num mustang.

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